domingo, 24 de outubro de 2010

Hipoterapia



A hipoterapia é um recurso terapêutico, rico em estímulos motores, sensoriais, emocionais e cognitivos. Utiliza-se o cavalo dentro de uma abordagem multidisciplinar e transdisciplinar nas áreas de saúde, educação e equitação, procurando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência e/ ou com necessidades especiais.
A utilização do cavalo como instrumento terapêutico, proporciona um movimento tridimensional
, variável, repetitivo, com ritmo e cadência no qual se pode graduar a intensidade e a quantidade de informações sensoriais ao paciente autista ou com deficiência mental.
Enquanto montado, em movimento, através das andamentos (passo, trote e galope) do cavalo, o SNC (Sistema Nervoso Central) apresenta uma intensa activação sináptica através dos sinais de input e output que favorecem os ajustes posturais, motores, respiratórios entre outros, permitindo que o paciente permaneça em “alerta” facilitando a aprendizagem, memorização, concentração, cooperação, socialização, organização esquema corporal, aquisição de estruturas tempo-espaciais, assim como, o equilíbrio, a tonificação muscular e a comunicação verbal e gestual.
O trabalho da percepção espacial e do esquema corporal é baseado nas sensações tácteis, vestibulares e proprioceptivas. A pessoa, na Hipoterapia experimenta os sentidos da visão, olfacto, tacto, audição e em diversos momentos o paladar com acentuada intensidade.
O Terapeuta e o cavalo estimulam, desenvolvem e integram estes sentidos objectivando a organização da informação sensorial assimilada e das acomodações corporais, o ritmo e o movimento.
Na Hipoterapia, o apoio físico é dado pelo cavalo através da sua massa corporal e o apoio psicológico pelo terapeuta através do contacto físico, jogo de olhares, linguagem simples e tranquilizadora. O cavalo assu
me simbolicamente a função protectora (mãe) que transmite calor, ritmo, balanço, massa corporal e apoio.
Através de actividades diferenciadas como percursos, jogos e músicas realizadas dentro do programa terapêutico, ocorre a descoberta do espaço e do potencial do paciente devido a gama de informações transmitidas pelo animal face às diversas oscilações corporais e a tentativa constante da manutenção corporal (equilíbrio) em função da activação do sistema vestibular.
Deve-se observar que as crianças autistas ou com deficiência mental têm uma forma diferente de se expressar e se comunicar, portanto, é imprescindível dar prioridade á forma de comunicação (evitar linguagem abstracta) a ser utilizada devido ao pensamento concreto que estes pacientes possuem.
Analisando o cavalo verifica-se que ele é um ser vivo rico em informações e comunicação propriedades necessárias para a estimulação da integração social.
Como resposta terapêutica os resultados são benéficos pois estes pacientes apresentam aumento da tolerância (menos irritadiços), satisfação pessoal demonstrada através de sorrisos e risos, melhoria da percepção corporal, atenção, maior proximidade e contacto com o animal (condução e cuidados) como também aceitação ao contacto físico e visual e diminuição dos movimentos estereotipados, transformando-os em movimentos funcionais. A fala apresenta-se mais contextualizada e com maior facilidade em expressar seus desejos.



Fonte: Universo Autista | Beatriz Berro Marins
Texto adaptado para divulgação no site do Instituto Indianópolis

Algumas patologias que beneficiam com a Hipoterapia:
Deficiências Auditivas, Visuais e Mentais, Paralisia Cerebral, Epilepsia Autismo Amputados, Alterações de Comportamento, Lesões Medulares, Acidentes Vasculares, Espinha Bífida, Trissomia 21, Esclerose Múltipla, Síndroma de Down.





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